Salvador registra queda da inadimplência no aluguel

14/04/2021 | Salvador registra queda da inadimplência no aluguel
Por thiago.kratz

Tribuna da Bahia - ECONOMIA - 12/04/2021
 

Segundo um levantamento feito por uma empresa que atua no segmento de gestão condominial, a capital baiana está com um índice de 16% neste sentido

Por Yuri Abreu

Ainda que estejamos em plena segunda onda da Covid-19 e batendo recordes de mortes a cada dia, um resultado positivo – ainda que os dados estejam no negativo – vem da chamada inadimplência dos aluguéis em Salvador, que registram queda. Segundo um levantamento feito por uma empresa que atua no segmento de gestão condominial, a capital baiana está com um índice de 16% neste sentido.

Isso depois de, em maio do ano passado, a cidade ter chegado a registrar 30% do índice de inadimplência dos aluguéis, ficando na primeira colocação entre as capitais pesquisadas – além de Salvador, estavam naquele levantamento às cidades de Fortaleza (18%), Maceió e Recife (15%, cada uma) e Rio de Janeiro (10%). Em abril, o índice chegou a 33% na cidade, bem acima da média histórica de antes da pandemia, que era de 7%.

“De um modo geral, os números da inadimplência de aluguel nos segmentos residencial e comercial aumentaram em decorrência da pandemia. Porém, o comercial estava pesando mais porque vários negócios não puderam operar, então acaba que muitos empresários tiveram que entregar os imóveis ou acabaram ficando devedores, o que aumentou a inadimplência em relação aos imóveis comerciais. Mas, de julho do ano passado pra cá, os índices começaram a baixar e agora apresentam estabilidade”, afirmou Lenícia Souza, gerente de imóveis da APSA na Região Nordeste.

De acordo com ela, muito dessa melhora se deve, claro, à retomada da atividade econômica, com os negócios voltando a funcionar e, por sua vez, as pessoas voltando a ter renda para quitar os débitos de aluguel relacionados também à questão residencial. “As pessoas acabavam tendo outras prioridades de pagamento de despesas. Agora, com um pouco de estabilidade, a situação acaba não impactando tanto no cenário de inadimplência”, explicou.

BOM SENSO

Outro fator elencado por ela para que os índices de inadimplência viessem cair e manter-se na atual estabilidade, foi à chamada renegociação dos contratos entre os locatários e os locadores. Esse “bom senso” também foi destacado pelo vice-presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da Bahia (Creci-BA), Nilson Araújo, apesar, segundo ele, da alta abrupta no IGP-M, considerada a inflação do aluguel e que teve, nos últimos 12 meses uma taxa acumulada de 30%, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

“Não tem locação que resista. Mas, o que temos percebido atualmente nesse mercado é o bom senso. Já aqueles senhorios intransigentes terão problemas, uma vez que, infelizmente, grande parte dos empresários está entrando com pedidos de insolvência, por conta dessa mudança abrupta. Por isso, acredito sim que o bom senso tem sido o melhor caminho. Até porque, o senhorio, uma vez que recebe o imóvel de volta, pode ter dificuldade em realocá-lo, tendo até que baixar o preço”, pontuou Nilson.

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